O Secretário Regional da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, António Ventura, revelou hoje, em São Roque do Pico, que o Governo dos Açores vai criar um grupo de trabalho para elaboração de um plano de revisão das vias terrestres da Região.
Segundo António Ventura, o grupo será constituído pela Secretaria Regional da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, a Secretaria Regional das Obras Públicas e Comunicações, a AMRAA e a ANAFRE, para ser aprovado no próximo Conselho do Governo.
Durante a inauguração da obra de beneficiação do Caminho Florestal n.º 2 do Mistério de Santa Luzia, em São Roque do Pico, o governante realçou que existe uma “realidade inquestionável e inegável”, defendendo ser necessário “investir na rede de acessibilidades da ilha do Pico”, um desígnio já identificado pelo Governo Regional dos Açores.
“Cada vez mais, a Agricultura e os caminhos florestais não estão confinados ao seu nome”, ou seja, um “caminho florestal ou um caminho agrícola não são uma acessibilidade para uma propriedade florestal ou uma propriedade agrícola”, e esses caminhos têm uma “abrangência e uma servidão pública”, frisou António Ventura.
Nesse sentido, o titular da pasta da Agricultura reforçou que um investimento numa rede de acessibilidades, numa rede florestal ou agrícola representam um “investimento de âmbito público que serve toda a sua população e toda a ilha”.
“É possível identificar e planear estas mesmas intervenções que, provavelmente, têm de ser concertadas com o Poder Local, nomeadamente com as câmaras municipais, com as juntas de freguesia e com os agricultores”, avançou ainda.
O Executivo, segundo disse, constatou que o “estado de degradação dos caminhos agrícolas e florestais é avançado”, sendo que é necessário um plano de intervenção, sustentou António Ventura.
Nesse âmbito, o Secretário Regional assegurou que o Governo Regional pretende, com “objetividade e muita responsabilidade” iniciar o plano de recuperação de caminhos na ilha do Pico.
António Ventura sustentou que o Executivo Regional conhece as “fragilidades, as dificuldades e quer corrigir essa situação e dar meios operativos para que os serviços florestais possam atuar”, concretizando que está a ser planeada uma “conjugação de esforços para que se possa, já este ano, começar a recuperar caminhos, com vista a uma duração temporal”.
Também presente na sessão, o Diretor Regional dos Recursos Florestais, Filipe Tavares, sublinhou que a obra hoje inaugurada irá “beneficiar o acesso direto a 26 explorações agrícolas, indiretamente o acesso a uma vasta quantidade de pastagens de altitude e ainda o acesso a 411 hectares de floresta baldia”.
“É também uma via de grande importância quer no tráfego de vertente turístico, devido ao acesso da Casa da Montanha, quer no tráfego civil de foro geral, pois permite fazer a ligação do lado sul da Ilha ao aeroporto.
Por estas razões, e considerando o estado de degradação que apresentava, consideramos esta obra urgente, tendo por isso sido priorizada”, prosseguiu o responsável.
E concretizou: “O Serviço Florestal do Pico (SFP) tem sob sua jurisdição a gestão de uma rede de caminhos na ordem dos 380 km. É um número assustador, mas que não nos pode assustar. Temos consciência do ponto de situação que esta rede se encontra e da grande missão que a Direção Regional e o SFP, têm a seu cargo. Estamos motivados e a trabalhar para aumentar a capacidade operativa deste serviço para num futuro próximo ser melhores e mais eficientes”.